sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Diagrama de Pareto



Diagrama de Pareto
O Diagrama de Pareto é uma ferramenta que deve ser utilizada para a identificação dos maiores problemas do processo, os que mais se repetem, ou que tem maior conseqüência no produto final, e com base nesse diagrama, é possível definir os maiores problemas e a partir daí partir para o Diagrama de Ishikawa para achar suas causas como explicado no post anterior. O Gráfico de Pareto classifica os problemas em “Poucos Vitais” e “Muitos Triviais”. O princípio de Pareto é conhecido pela proporção 80/20, ou seja, “é comem que 80% dos problemas resultem de cerca de apenas 20% das causas potenciais”
O Diagrama de Pareto, Gráfico de Pareto ou Gráfico de Barras é representado por barras em ordem decrescente, com a barra maior do lado esquerdo do gráfico e que vai diminuindo conforme vai avançando para o lado direito, até que a última barra seja (caso necessário) a barra da categoria outros. Nesse mesmo gráfico, existe uma linha que parte da barra maior do lado esquerdo e vai crescendo conforme avança para o lado direito, essa linha representa a soma acumulada dos problemas. O gráfico deve ficar semelhante ao mostrado abaixo.
Gráfico 1: Exemplo de Gráfico de Pareto
 A categoria outros não necessariamente precisa ser a menor, porém, é inaceitável que ela seja muito grande uma vez que se ela for grande, deve-se dividi-la em alguma outra categoria que tenha se repetido muitas vezes e por algum motivo passou despercebido.
O Diagrama é utilizados em diversas situações, e algumas delas são as identificações de problemas, priorizar a ação a ser tomada, confirmar resultados de melhoria, verificar a situação do processos antes e depois da melhoria, detalhar causas maiores em causas específicas.
Para que o Diagrama de Pareto seja construído de maneira correta e representativa, é necessário que se tenha:
  • Coleta de dados eficiente através de uma folha de verificação;
  • Uma boa estratificação dos dados coletados.
Ambas as ações são importantíssimas para a construção do gráfico.

Construção do Diagrama de Pareto
A primeira coisa a se fazer para construir o gráfico de decidir o que vamos analisar, e o tipo de problema, por exemplo, precisamos medir o processo de fabricação de garrafas de vidro (o que vamos analisar) para verificar o motivo da cura incompleta (motivo da análise).
Devemos definir o método de coleta de dados e o período de coleta, por exemplo, a coleta será feita diretamente no processo e a cada hora, ou a cada lote de garrafas, ou uma vez por dia. Nesse ponto deve-se ficar atentos e coletar o máximo de dados possíveis, falando tanto da quantidade de garrafas inspecionadas quanto da forma como esse dados serão coletados, pois pode ocorrer de preparar uma folha de verificação com poucos dados do processo (turno de fabricação, lote, hora da verificação e tipo de garrafa) e perde-se dias fazendo a coleta de dados e no momento da estratificação e montagem do gráfico ou mesmo em outra etapa da verificação do problema, percebe-se que os dados são insuficientes por algum motivo como a causa do problema estar não apenas no turno ou no lote mas em outro ponto, e será necessário uma nova coleta com mais dados como temperatura ou tempo de permanência de diversas etapas do processo.
Após uma coleta correta, devemos realizar a estratificação dos dados, que nada mais é do que separar todos os dados coletados em famílias ou grupos de forma a deixá-los claro no diagrama, por exemplo, faremos um diagrama bem simples de defeitos por turno, então iremos somar todos os dados e separá-los por turno e depois resumir os dados numa planilha. Na primeira linha os dados do 1º turno, na segunda linha os dados do 2º turno e na terceira linha os dados do 3º turno, em frente a esses dados iremos fazer os porcentagem de cada um em relação ao total e depois a soma acumulada das porcentagens, como mostrado na tabela abaixo:
Tabela 1: Dados Fictícios de defeitos por turno

Defeitos
% Defeitos
% Acumulada
1º Turno
39
50%
50%
3º Turno
21
27%
77%
2º Turno
18
23%
100%
Total
78
100%


Depois devemos plotar os dados num gráfico, serão plotados a % Defeitos e a % Acumulada. A % Defeitos deverá ser colocada em ordem decrescente e a % Acumulada em ordem crescente para que o gráfico fique com uma visualização mais fácil e siga o padrão de Pareto, como mostrado no gráfico abaixo:
Gráfico 2: Gráfico de Pareto baseado na Tabela 1

Nosso Gráfico de Pareto está pronto, e a partir daqui sabemos que a maior quantidade de defeitos se encontra no 1º Turno e é onde devemos atacar primeiro, através do Diagrama de Ishikawa, Cartas de Controle, sempre com um bom Brainstorming. Depois de solucionado o problema, deve realizar uma nova coleta de dados para verificar através de um novo Gráfico de Pareto se a ocorrência dos defeitos atacados diminuiu da maneira esperada ou se continua sendo um problema.
Se tivéssemos um gráfico semelhante ao Gráfico 1, com muitas causas, não necessariamente precisamos atacar a causa de maior ocorrência, pois algumas vezes aparecem problemas de fácil solução e que não depende de estudos mais apurados, esses podem ser resolvido de maneira simples, e com isso aceleramos a melhoria do processo e num próximo gráfico mais de um problema já estará solucionado.
Não necessariamente precisa ser atacado o maior e depois de um novo gráfico atacar o problema seguinte, pode-se atacar dois ou mais de uma vez, desde que não reduza a eficiência do ataque aos problemas individuais, ou seja, não saia atropelando as coisas, seja eficiente na solução de problemas.

Colocando em prática
Participando da construção de um Diagrama de Pareto, me dei conta do quanto essa ferramenta é simples e de fácil utilização, porém de construção trabalhosa. Depois de realizada a coleta de dados, a estratificação é que tornará o diagrama eficiente, logo, é preciso fazer diversas planilhas e organizar os dados de diversas formas, e com isso plotar diversos diagramas, pois algumas vezes a maneira como você planeja construir o diagrama não mostra as oportunidades de melhoria como esperado, e você precisa começar a estratificação novamente e refazer o diagrama.
Por exemplo, deve-se fazer uma estratificação e um diagrama como mostrado na Tabela 1 e no Gráfico 2, porém o gráfico pode ser pouco expressivo pois, não mostra quais defeitos atacar, apenas em que turno acontecem mais defeitos. Fazer outro gráfico como no Gráfico 1, que mostra os defeitos do processo, pode plotar um com uma votação das possíveis causas do problema depois de realizar uma reunião para fazer o Diagrama de Ishikawa, e muitos outros. Então antes de mostrar o resultado do seu trabalho para o seu superior, faça mais de um diagrama e analise qual define melhor a ação a ser tomada, ou leve todos para seu superior.

Referência
JATOBÁ, Paulo César. As Ferramentas da qualidade - Aprendendo a aplicar para solucionar problemas: BANAS, 2004. Disponível em <www.banasqualidade.com.br>. Acesso em 12/08/2013 as 09:40.

MARTINS, Rosemary; BASTIANI, J A de. Diagrama de Pareto: Blog da Qualidade, 2012. Disponível em <http://www.blogdaqualidade.com.br/diagrama-de-pareto/>. Acesso em 03/09/2013, 13:28.

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