Diagrama de Pareto
O Diagrama de Pareto é uma
ferramenta que deve ser utilizada para a identificação dos maiores problemas do
processo, os que mais se repetem, ou que tem maior conseqüência no produto
final, e com base nesse diagrama, é possível definir os maiores problemas e a
partir daí partir para o Diagrama de Ishikawa para achar suas causas como
explicado no post anterior. O Gráfico de Pareto classifica os problemas em
“Poucos Vitais” e “Muitos Triviais”. O princípio de Pareto é conhecido pela
proporção 80/20, ou seja, “é comem que 80% dos problemas resultem de cerca de apenas
20% das causas potenciais”
O Diagrama de Pareto, Gráfico de
Pareto ou Gráfico de Barras é representado por barras em ordem decrescente, com
a barra maior do lado esquerdo do gráfico e que vai diminuindo conforme vai
avançando para o lado direito, até que a última barra seja (caso necessário) a
barra da categoria outros. Nesse
mesmo gráfico, existe uma linha que parte da barra maior do lado esquerdo e vai
crescendo conforme avança para o lado direito, essa linha representa a soma
acumulada dos problemas. O gráfico deve ficar semelhante ao mostrado abaixo.
Gráfico 1: Exemplo de Gráfico de Pareto
A categoria outros não necessariamente precisa
ser a menor, porém, é inaceitável que ela seja muito grande uma vez que se ela
for grande, deve-se dividi-la em alguma outra categoria que tenha se repetido
muitas vezes e por algum motivo passou despercebido.
O Diagrama é utilizados em
diversas situações, e algumas delas são as identificações de problemas,
priorizar a ação a ser tomada, confirmar resultados de melhoria, verificar a
situação do processos antes e depois da melhoria, detalhar causas maiores em
causas específicas.
Para que o Diagrama de Pareto
seja construído de maneira correta e representativa, é necessário que se tenha:
- Coleta de dados eficiente através de uma folha de verificação;
- Uma boa estratificação dos dados coletados.
Ambas as ações são
importantíssimas para a construção do gráfico.
Construção do Diagrama de Pareto
A primeira coisa a se fazer para
construir o gráfico de decidir o que vamos analisar, e o tipo de problema, por
exemplo, precisamos medir o processo de fabricação de garrafas de vidro (o que
vamos analisar) para verificar o motivo da cura incompleta (motivo da análise).
Devemos definir o método de
coleta de dados e o período de coleta, por exemplo, a coleta será feita
diretamente no processo e a cada hora, ou a cada lote de garrafas, ou uma vez
por dia. Nesse ponto deve-se ficar atentos e coletar o máximo de dados
possíveis, falando tanto da quantidade de garrafas inspecionadas quanto da
forma como esse dados serão coletados, pois pode ocorrer de preparar uma folha
de verificação com poucos dados do processo (turno de fabricação, lote, hora da
verificação e tipo de garrafa) e perde-se dias fazendo a coleta de dados e no
momento da estratificação e montagem do gráfico ou mesmo em outra etapa da
verificação do problema, percebe-se que os dados são insuficientes por algum
motivo como a causa do problema estar não apenas no turno ou no lote mas em
outro ponto, e será necessário uma nova coleta com mais dados como temperatura
ou tempo de permanência de diversas etapas do processo.
Após uma coleta correta, devemos
realizar a estratificação dos dados, que nada mais é do que separar todos os
dados coletados em famílias ou grupos de forma a deixá-los claro no diagrama,
por exemplo, faremos um diagrama bem simples de defeitos por turno, então
iremos somar todos os dados e separá-los por turno e depois resumir os dados
numa planilha. Na primeira linha os dados do 1º turno, na segunda linha os
dados do 2º turno e na terceira linha os dados do 3º turno, em frente a esses
dados iremos fazer os porcentagem de cada um em relação ao total e depois a
soma acumulada das porcentagens, como mostrado na tabela abaixo:
Tabela 1: Dados Fictícios de defeitos por turno
Defeitos
|
% Defeitos
|
% Acumulada
|
|
1º Turno
|
39
|
50%
|
50%
|
3º Turno
|
21
|
27%
|
77%
|
2º Turno
|
18
|
23%
|
100%
|
Total
|
78
|
100%
|
Depois devemos plotar os dados
num gráfico, serão plotados a % Defeitos
e a % Acumulada. A % Defeitos deverá
ser colocada em ordem decrescente e a % Acumulada em ordem crescente para que o
gráfico fique com uma visualização mais fácil e siga o padrão de Pareto, como
mostrado no gráfico abaixo:
Gráfico 2: Gráfico de Pareto baseado na Tabela 1
Nosso
Gráfico de Pareto está pronto, e a partir daqui sabemos que a maior quantidade
de defeitos se encontra no 1º Turno e é onde devemos atacar primeiro, através
do Diagrama de Ishikawa, Cartas de Controle, sempre com um bom Brainstorming.
Depois de solucionado o problema, deve realizar uma nova coleta de dados para
verificar através de um novo Gráfico de Pareto se a ocorrência dos defeitos
atacados diminuiu da maneira esperada ou se continua sendo um problema.
Se
tivéssemos um gráfico semelhante ao Gráfico
1, com muitas causas, não necessariamente precisamos
atacar a causa de maior ocorrência, pois algumas vezes aparecem problemas de
fácil solução e que não depende de estudos mais apurados, esses podem ser
resolvido de maneira simples, e com isso aceleramos a melhoria do processo e
num próximo gráfico mais de um problema já estará solucionado.
Não necessariamente
precisa ser atacado o maior e depois de um novo gráfico atacar o problema
seguinte, pode-se atacar dois ou mais de uma vez, desde que não reduza a
eficiência do ataque aos problemas individuais, ou seja, não saia atropelando
as coisas, seja eficiente na solução de problemas.
Colocando em prática
Participando
da construção de um Diagrama de Pareto, me dei conta do quanto essa ferramenta
é simples e de fácil utilização, porém de construção trabalhosa. Depois de
realizada a coleta de dados, a estratificação é que tornará o diagrama
eficiente, logo, é preciso fazer diversas planilhas e organizar os dados de
diversas formas, e com isso plotar diversos diagramas, pois algumas vezes a
maneira como você planeja construir o diagrama não mostra as oportunidades de
melhoria como esperado, e você precisa começar a estratificação novamente e
refazer o diagrama.
Por
exemplo, deve-se fazer uma estratificação e um diagrama como mostrado na Tabela 1 e no Gráfico
2, porém o gráfico pode ser pouco expressivo pois, não
mostra quais defeitos atacar, apenas em que turno acontecem mais defeitos.
Fazer outro gráfico como no Gráfico
1, que mostra os defeitos do processo, pode plotar um
com uma votação das possíveis causas do problema depois de realizar uma reunião
para fazer o Diagrama de Ishikawa, e muitos outros. Então antes de mostrar o
resultado do seu trabalho para o seu superior, faça mais de um diagrama e
analise qual define melhor a ação a ser tomada, ou leve todos para seu
superior.
Referência
JATOBÁ,
Paulo César. As Ferramentas da qualidade
- Aprendendo a aplicar para solucionar problemas: BANAS, 2004. Disponível em <www.banasqualidade.com.br>.
Acesso em 12/08/2013 as 09:40.
MARTINS, Rosemary;
BASTIANI, J A de.
Diagrama de Pareto: Blog da
Qualidade, 2012. Disponível em <http://www.blogdaqualidade.com.br/diagrama-de-pareto/>.
Acesso em 03/09/2013, 13:28.
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